A matemática ainda é um assunto bem complexo de ser compreendido pelos professores dos anos iniciais do ensino fundamental, no caso, os pedagogos. Os estudos de Santos (2015) evidenciam isso quando afirma que o pedagogo enfrenta desafios, em pleno século XXI, de caráter didático ou epistemológico. Didático porque ainda se utiliza somente de metodologias tradicionais, principalmente aulas expositivas e epistemológicos porque traz uma base matemática superficial dos conteúdos ainda adquiridos enquanto alunos da educação básica.
Diante disso, surgiu a necessidade de investigar e experimentar outras metodologias que pudessem ajudar a superar essas lacunas, observadas principalmente durante a formação inicial desse profissional. A metodologia Sequência Fedathi (SF) se apresentou nesse quadro, porque traz como características central, a mudança de postura do professor, que passa a ter um papel de mediador ou facilitador da aprendizagem, fazendo com que o aluno assuma uma postura ativa e fundamental na construção do seu conhecimento.
A SF foi desenvolvida pelo professor Dr. Hermínio Borges Neto, coordenador do laboratório MultiMeios, localizado na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará e está organizada em três níveis (Sousa, 2017): Preparação, Vivência e Análise. Na fase de preparação, o professor planeja suas atividades, que na SF é chamada de sessão didática (SD). Na vivência ela traz as quatro etapas essenciais da ação pedagógica do professor: Tomada de Posição, Maturação, Solução e Prova.
Na Tomada de posição o professor apresenta um problema generalizável, após ter realizado o nivelamento da turma a partir do Plateau, que identifica os conhecimentos prévios dos alunos sobre o conteúdo a ser trabalhado.
Após esse momento, na etapa da maturação, o professor adota uma pedagogia mão-no-bolso e instiga o aluno a pensar, a agir com autonomia e a interagir com o grupo, na busca da solução do problema exposto. Ele também o auxilia no caso de dúvida, mas sem dar a resposta, colocando contraexemplos (perguntas) que o ajude a encontrar a solução, estimulando o seu raciocínio lógico.
Na etapa solução, os alunos socializam suas respostas individualmente ou em grupo com o restante da turma, o professor nesse momento interfere quando necessário, reinvestindo no aluno, no caso de erro.
Na prova, o professor então faz um fechamento e expõe os conceitos matemáticos de maneira sistemática, fazendo conexões com o problema trazido na Tomada de posição.
Após o nível Vivência, o professor faz uma análise, ou seja, ele avalia sua aula e o aprendizado dos alunos, assim como faz também uma autoavaliação, potencializando sua postura crítica e reflexiva. Isso o ajudará a ressignificar sua prática pedagógica.
Muitas pesquisas que objetivaram analisar a contribuição da SF na formação inicial do pedagogo para o ensino de matemática, como os estudos de Santos (2007) e Lima (2007), pioneiros na discussão com a formação inicial, mostraram em seus resultados a eficácia dessa metodologia para os processos de ensino e aprendizagem, preparando melhor o pedagogo para sua atuação no contexto escolar.
De forma, bem sucinta, apresentou-se a SF. Atualmente, ela continua sendo estudada e expandida para outras áreas do conhecimento, além de atuar concomitantemente com as Metodologias Ativas e as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, subsidiando a formação docente de forma a transformar a postura centralizadora do professor em uma postura condizente para lidar com o aluno dessa nova sociedade tecnológica e emergente.
LIMA, I. P. A Matemática na Formação do Pedagogo:
oficinas pedagógicas e a plataforma Teleduc na elaboração dos conceitos.
Fortaleza: UFC. (Tese de Doutorado). 2007.
SANTOS, M. J. C. A formação do professor de matemática: metodologia sequência fedathi(sf). Revista Lusófona de Educação, 38, 81-96, 2017
SOUSA, F. E. E. A pergunta como estratégia de mediação. In. BORGES NETO, H. (Org.) Sequência Fedathi no Ensino de Matemática. 1ª ed. Curitiba, PR: CRV, 2017
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