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Educação e Novas Tecnologias - Professora Elaine de Farias Giffoni
segunda-feira, 14 de março de 2022
domingo, 15 de agosto de 2021
Como elaborar um artigo científico?
Como
elaborar um artigo científico
Elaine
de Farias Giffoni de Carvalho
Mestranda
em Educação
Universidade
Federal do Ceará
Orcid
iD:0000-0002-8574-5620
O artigo científico é um texto muito
importante no meio acadêmico porque ele revela o resultado das pesquisas que
foram realizadas, dando um retorno à sociedade. Sua elaboração requer cuidados
específicos, pois se trata de um trabalho científico e deve ser seguir as
normas exigidas pela academia.
De acordo com Pereira (2017, p. 661), “para
que um artigo seja publicado em periódico científico, algumas qualidades são
requeridas. O tema deve ser relevante, a pesquisa de qualidade e o relato bem-feito”.
A tarefa de escrever um artigo científico poderá ser árdua por exigir uma
investigação cuidada e evitar redundâncias de artigos já publicados. (RAMOS,
2018, p. 922)
O
artigo científico, conforme as Normas ABNT 6022 (2018), possui em sua estrutura
elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. Obrigatoriamente, os
pré-textuais abrangem, título no idioma do documento, autor, resumo no idioma
do documento, datas de submissão e aprovação do artigo; nos elementos textuais
encontram-se a introdução, o desenvolvimento e considerações finais; nos pós-textuais,
encontram-se referências, anexos, apêndices e agradecimentos, sendo os três
últimos, opcionais. (ABNT 6022, 2018)
Dada
a estrutura do artigo, o pesquisador deve de forma coerente situar sua escrita
de acordo com a sua pesquisa. Conforme Ramos (2018, p. 925), “o autor deverá
adaptar para si uma forma de escrita, na qual se sinta confortável,
desenvolvendo um raciocínio científico que confronte as ideias já existentes e
a inovação que lhe pretende dar.”
O
título do artigo apresenta o assunto da pesquisa. Conforme Machado e Diniz
(2019, p. 5), “o título do trabalho carece de ser breve, específico e
descritivo, contendo palavras que representem o conteúdo do texto. E o
subtítulo, se houver, é separado do título por dois pontos e se expor
tipograficamente diferenciado.”
O
resumo apresenta os principais pontos abordados no artigo. Já na Introdução, o
autor faz uma contextualização do tema da pesquisa com a sua justificativa,
apresenta o problema e as hipóteses para a sua resolução, assim como define o
objetivo a ser alcançado com a escrita do trabalho. Pode-se inserir, ao final
do texto introdutório, um breve comentário acerca da estrutura do trabalho e do
conteúdo dos tópicos expostos no desenvolvimento do artigo. (MACHADO; DINIZ,
2019, p. 5).
No
desenvolvimento do artigo, geralmente estão o referencial teórico, os aspectos
metodológicos, a análise dos dados, a discussão e os resultados da pesquisa.
As
considerações finais são a parte final do artigo. Nela são apresentadas as
conclusões da pesquisa, a partir da problemática e dos objetivos e/ou hipóteses
(resposta ao questionamento e teste das hipóteses). (Ibidem, p. 10)
Nas
referências encontram-se todas as fontes consultadas e utilizada nas citações do
texto. As referências devem ser alinhadas à margem esquerda do texto com espaço
simples e separadas umas das outras por um espaço simples. Usar o mesmo tipo e
tamanho de fonte do texto do artigo e não as numerar (Ibidem, 2019, p.10)
Dessa
forma, entende-se que principalmente os estudantes da graduação e da
pós-graduação devem se apropriar desde cedo deste tipo de escrita acadêmica,
seguindo sempre uma rotina de estudos, leituras sobre metodologia científica,
assim também como ser conhecedores das normas que a regulamentam.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: Informação e documentação - Artigo
em publicação periódica técnica e/ou científica -
Apresentação. Rio de Janeiro, 2018.
DINIZ, Juliane
Aparecida Ribeiro; MACHADO, Humberto César. TEMPLATE PARA ELABORAÇÃO DE ARTIGO
CIENTÍFICO. QUALIA: a ciência em movimento, v. 5, n. 1, p. 1-13,
2019. Disponível em: <
http://revistas.unifan.edu.br/index.php/RevistaICSA/article/view/443> Acesso em 05 de ago. 2021.
PEREIRA, Maurício Gomes. Dez passos para produzir artigo científico de
sucesso. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 26, p. 661-664,
2017. Disponível em: < https://www.scielosp.org/article/ssm/content/raw/?resource_ssm_path=/media/assets/ress/v26n3/2237-9622-ress-26-03-00661.pdf> Acesso em 05 de ago. 2021.
RAMOS, Armando Dias. Como elaborar um artigo científico para
publicação. Revista Brasileira de Direito Processual Penal, v. 4,
n. 3, p. 921-930, 2018. Disponível em: < http://www.ibraspp.com.br/revista/index.php/RBDPP/article/view/192> Acesso em 05 de ago. 2021
sábado, 24 de julho de 2021
sexta-feira, 23 de julho de 2021
A organização da vida acadêmica na pós-graduação
Elaine
de Farias Giffoni de Carvalho
Os estudantes ao ingressarem no Ensino
Superior enfrentam muitas dificuldades principalmente em relação à fase de
adaptação à Instituição e ao rendimento acadêmico. Isso se perpetua na
pós-graduação, seja mestrado ou doutorado, pois muitos destes estudantes
apresentam déficit relacionado ao letramento acadêmico, à escrita científica,
além de não conseguir administrar o tempo de estudo necessário a fim de obter
um rendimento satisfatório.
De acordo com Costa e Nebel (2018, p. 1),
“o ambiente da pós-graduação é altamente desafiador. As demandas e as cobranças
que se apresentam aos estudantes são muito mais intensas, quando comparadas às
exigências da graduação”. Entre muitas dessas demandas estão: a produção de
artigos em revistas com Qualis, o cumprimento de disciplinas
obrigatórias o primeiro ano, o exame de proficiência em língua estrangeira, a
participação em eventos, as qualificações das dissertações e teses, além da
pesquisa propriamente dita. O cumprimento destas,
requer do estudante da pós, uma organização pessoal e profissional, mas a
grande questão é: como os estudantes devem proceder para organizar sua vida
acadêmica?
O grande educador brasileiro
Paulo Freire em 1968, disse que “Estudar é, realmente um trabalho difícil.
Exige de quem o faz uma postura crítica sistemática. Exige disciplina
intelectual que não se ganha a não ser praticando-a.” A compreensão da leitura
ao invés de tentar memorizá-la, de acordo com ele, é essencial nesse processo.
Freire (1981, p. 9-10), aponta em seu texto “Considerações sobre o ato de
estudar”, algumas posturas que os estudantes devem assumir.
-O estudante deve
assumir o papel de sujeito do ato de estudar.
-O ato de estudar é uma
atitude frente ao mundo.
-O estudo de um tema
específico deve colocar o estudioso a par da bibliografia em questão.
-O ato de estudar
depende de uma atitude de humildade face ao saber.
-O ato de estudar
significa compreender e criticar.
-Estudar significa
assumir “uma misteriosa relação dialógica” com o autor do texto, -cujo mediador
é o tema!
-O ato de estudar como
reflexão crítica, exige do sujeito uma reflexão sobre o próprio significado de
estudar.
Além destes aspectos atitudinais
e cognitivos, os aspectos físico-emocionais também devem ser trabalhados para
que não interfiram nessa organização. Conforme Costa e Nebel
(2018), os desafios enfrentados pelos estudantes na pós-graduação, afetam a saúde física e mental deles. Os resultados de suas pesquisas evidenciam que esses estudantes apresentam: distúrbios de sono e insônia, terror noturno, síndrome do pânico, oscilação de
humor, amnésia, crise nervosa, TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e
ansiedade.
Dessa forma, compreende-se então que
mestrandos e doutorandos precisam estar atentos, pois a sociedade contemporânea
digital impõe um ritmo frenético e acelerado de trabalho e estudo que contribui
para o adoecimento físico, mental e, diga-se de passagem, social, pois tem
isolado cada vez mais o sujeito em seu “mundo virtual”.
Conclui-se que a organização da vida
acadêmica nesses tempos tem sido um processo difícil e tortuoso, exigindo dos
sujeitos às vezes, muito além daquilo que eles podem dar conta. Determinar o
tempo de estudo e a hora de parar e ainda arranjar tempo para a família, lazer
e outras atividades é o grande obstáculo a ser superado. Tudo será uma questão
de prioridades.
Referências
COSTA, Everton Garcia da; NEBEL, Letícia. O quanto vale a
dor? Estudo sobre a saúde mental de estudantes de pós-graduação no
Brasil. Polis. Revista Latinoamericana, n. 50, 2018. Disponível em
< https://journals.openedition.org/polis/15816> Acesso em 22 de jul. 2021.
FREIRE, Paulo.
Ação cultural para a liberdade. 5ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1981
Disponível em: http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/otp/livros/acao_cultural_liberdade.pdf. Acesso em 22 de
jul. 2021
sexta-feira, 9 de julho de 2021
sábado, 19 de junho de 2021
As contribuições da metodologia Sequência Fedathi (SF) na formação inicial do Pedagogo para o Ensino de Matemática
A matemática ainda é um assunto bem complexo de ser compreendido pelos professores dos anos iniciais do ensino fundamental, no caso, os pedagogos. Os estudos de Santos (2015) evidenciam isso quando afirma que o pedagogo enfrenta desafios, em pleno século XXI, de caráter didático ou epistemológico. Didático porque ainda se utiliza somente de metodologias tradicionais, principalmente aulas expositivas e epistemológicos porque traz uma base matemática superficial dos conteúdos ainda adquiridos enquanto alunos da educação básica.
Diante disso, surgiu a necessidade de investigar e experimentar outras metodologias que pudessem ajudar a superar essas lacunas, observadas principalmente durante a formação inicial desse profissional. A metodologia Sequência Fedathi (SF) se apresentou nesse quadro, porque traz como características central, a mudança de postura do professor, que passa a ter um papel de mediador ou facilitador da aprendizagem, fazendo com que o aluno assuma uma postura ativa e fundamental na construção do seu conhecimento.
A SF foi desenvolvida pelo professor Dr. Hermínio Borges Neto, coordenador do laboratório MultiMeios, localizado na Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará e está organizada em três níveis (Sousa, 2017): Preparação, Vivência e Análise. Na fase de preparação, o professor planeja suas atividades, que na SF é chamada de sessão didática (SD). Na vivência ela traz as quatro etapas essenciais da ação pedagógica do professor: Tomada de Posição, Maturação, Solução e Prova.
Na Tomada de posição o professor apresenta um problema generalizável, após ter realizado o nivelamento da turma a partir do Plateau, que identifica os conhecimentos prévios dos alunos sobre o conteúdo a ser trabalhado.
Após esse momento, na etapa da maturação, o professor adota uma pedagogia mão-no-bolso e instiga o aluno a pensar, a agir com autonomia e a interagir com o grupo, na busca da solução do problema exposto. Ele também o auxilia no caso de dúvida, mas sem dar a resposta, colocando contraexemplos (perguntas) que o ajude a encontrar a solução, estimulando o seu raciocínio lógico.
Na etapa solução, os alunos socializam suas respostas individualmente ou em grupo com o restante da turma, o professor nesse momento interfere quando necessário, reinvestindo no aluno, no caso de erro.
Na prova, o professor então faz um fechamento e expõe os conceitos matemáticos de maneira sistemática, fazendo conexões com o problema trazido na Tomada de posição.
Após o nível Vivência, o professor faz uma análise, ou seja, ele avalia sua aula e o aprendizado dos alunos, assim como faz também uma autoavaliação, potencializando sua postura crítica e reflexiva. Isso o ajudará a ressignificar sua prática pedagógica.
Muitas pesquisas que objetivaram analisar a contribuição da SF na formação inicial do pedagogo para o ensino de matemática, como os estudos de Santos (2007) e Lima (2007), pioneiros na discussão com a formação inicial, mostraram em seus resultados a eficácia dessa metodologia para os processos de ensino e aprendizagem, preparando melhor o pedagogo para sua atuação no contexto escolar.
De forma, bem sucinta, apresentou-se a SF. Atualmente, ela continua sendo estudada e expandida para outras áreas do conhecimento, além de atuar concomitantemente com as Metodologias Ativas e as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, subsidiando a formação docente de forma a transformar a postura centralizadora do professor em uma postura condizente para lidar com o aluno dessa nova sociedade tecnológica e emergente.
LIMA, I. P. A Matemática na Formação do Pedagogo:
oficinas pedagógicas e a plataforma Teleduc na elaboração dos conceitos.
Fortaleza: UFC. (Tese de Doutorado). 2007.
SANTOS, M. J. C. A formação do professor de matemática: metodologia sequência fedathi(sf). Revista Lusófona de Educação, 38, 81-96, 2017
SOUSA, F. E. E. A pergunta como estratégia de mediação. In. BORGES NETO, H. (Org.) Sequência Fedathi no Ensino de Matemática. 1ª ed. Curitiba, PR: CRV, 2017
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As metodologias ativas de ensino não vieram para superar o ensino tradicional e suas metodologias, mas para agregar mais possibilidades al...